O Bispo do Porto diz que a história tem exemplos do que deve ser a luta cívica e considera que as armas não são solução na evolução das sociedades. Numa conversa de reflexão sobre a história recente, em particular sobre o século XX, D. Manuel Clemente recordou figuras históricas que se notabilizaram pela participação em nome do bem comum. “No século XX houve muita gente que quis resolver as coisas de outra maneira e fazer guerras para acabar com guerras e que se saldaram em milhões de mortes. Não foi o que fez o Mandela, o Luther King ou Gandhy. Não são utopias. Estas coisas têm lugar e o lugar é o coração dos homens de boa vontade. É uma coisa bonita para acabar a noite”, referia o Bispo do Porto perante uma plateia de centenas de pessoas no Teatro Aveirense numa conferência sobre Portugal, o Mundo e a Igreja Católica.

O apelo ao diálogo foi acompanhado na intervenção do antigo director do jornal “Público”, José Manuel Fernandes. “Agora é necessário dar outro passo. Não vai haver revolução, espero eu. Não vai haver um novo Salgueiro Maia porque seria muito mau sinal uma coisa dessas pudesse acontecer. Por outra via é necessário encontrar esse novo consenso. Isso acontece entre pessoas muito diferentes dialogando com respeito”, refere José Manuel Fernandes questionando a vivência em “torno do umbigo”. “É algo é que é perigoso”.